sexta-feira, 20 de julho de 2012

Porque voar em formação,...
não ser como se é,...
não ser minoria,...
não estar onde se quer,..
ser o que se quer.

Leiam essa poesia de José Régio e pensem sobre ela:

 
Cântico Negro

José Régio

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

T E D




Continuem famintos e ingênuos”
Steve Jobs

Uma revolução na forma de difundir conhecimento, palestras de 18 minutos sobre qualquer assunto preparado por especialistas e transmitido para milhões de pessoas em todo mundo, através de eventos globais.

Os grandes vultos da história provaram que não é necessário muito tempo para mudar uma geração com as palavras certas e uma boa causa, Cris Anderson, 55 anos, paquistanês, responsável pela marca percebeu sua importância para o mundo quando comprou do arquiteto Richard Saul Wurman uma parte do TED, ainda deficitária, mais muito prestigiada.

Nascido nos EUA em 1984, teve seu avanço a partir de 2006 com os recursos da Internet, onde o material foi divulgado (www.ted.com), o TED que significa o ambiente onde se discute tecnologia, entretenimento e design, atrai os maiores gênios da atualidade, como: Bill Gates (fundador da Microsoft), James Cameron (diretor de Titanic e Avatar), Bill Clinton (ex-presidente dos EUA), dentre muitos outros, que fizeram dele espaço para exposição de ideias e pontos de vista.

O TED permite que seus vídeos sejam publicados por outros sites e é patrocinado por multinacionais de peso no mercado, o lema é de alguma forma mudar o mundo, atraindo profissionais bem-sucedidos dos mais diversos segmentos.

O TEDx foi lançado como extensão do TED Global, onde qualquer organização pode fazer seus eventos desde que submetido aos padrões da “curadoria da matriz”, como chamam os TEDsters, que proliferam pelo mundo como capelas de uma congregação laica, formada por pessoas que levam adiante o lema “ideias que valem a pena espalhar”.
Comparando com o Wikipédia que reúne uma grande variedade de assuntos, cobertos de modo impreciso por colaboradores dispersos e anônimos, O TED identifica suas fontes permanentes e especializadas.
Comparando com a Encyclopaedia Britannica, que parou recentemente de fazer a sua publicação impressa, sempre teve orgulho de contar com colaboradores ilustres como Albert Esinten, Sigmund Freud, Bertrand Russell e outros, o mesmo acontece com o TED, cujo convite é aceito por gênios da atualidade que expõe suas ideias por 18 minutos para a posteridade.
Bill Gates e Steves Jobs tem em comum o fato de terem abandonado seus estudos, em Harvard e Staford, terem se tornados gênios da tecnologia e depois retornaram às suas universidades para receberem seus diplomas honóris-causa, discursando por alguns minutos aos formandos, a ideia foi passada como uma lição de vida onde a experiência trazida pela vivência é maior que qualquer curso universitário, ideia essa defendida pelo TED.
O TED gerou ideias inovadoras, apresentou em primeira mão tecnologia como a tela digital sensível a múltiplos toques que hoje faz parte do iPhone, teve a participação de ganhadores de prêmios Nobel (letras, ciência, economia e paz), Oscar (cinema), Pulitzer (letras) e Pritzker (arquitetura) e hoje apresenta no seu site um acervo de conhecimento vivo jamais visto junto na história da humanidade, presente também em São Paulo em 2009 no TEDxSãoPaulo e recentemente no Rio de Janeiro no TEDxRio+20 e muitos outros países.
O padrão TED convida seus palestrantes a não falar do óbvio e não permite que façam propaganda política, religiosa, de si próprio e de seus produtos, fazendo com que as ideias fluam para além do previsível e com depoimentos inéditos dos maiores pensadores contemporâneos.
As 10 dicas do TED para falar diante de multidões:
  1. Pense grande. Tente fazer a melhor palestra de sua vida. Revele algo nuca visto. Faça algo que o público lembrará para sempre. Divulgue uma ideia capaz de mudar o mundo.
  2. Mostre seu verdadeiro eu. Compartilhe suas paixões, seus sonhos... E também seus medos. Seja vulnerável. Fale de fracassos tanto quanto de sucessos.
  3. Torne fácil o difícil. Não tente impressionar intelectualmente. Evite abstrações. Explique! Dê exemplo. Conte histórias. Seja específico.
  4. Ligue-se à emoção das pessoas. Faça-os rir! Faça-os chorar!
  5. Não infle seu ego. Não se promova. É o jeito mais garantido de afastar o público.
  6. Não venda no palco! A menos que você tenha recebido especificamente esse pedido, não fale de sua empresa. Nem pense em usar o palco para pedir doações ou promover seus produtos e serviços.
  7. Sinta-se livre para comentar a palestra de outras pessoas, pra elogiar ou criticar. A controvérsia alimenta. O apoio entusiasmado tem poder!
  8. Não leia suas falas. Anotações são boas. Mas, se a escolha estiver entre ler ou divagar, então leia!
  9. Acabe sua palestra na hora. Fugir disso é roubar tempo de seus seguidores. Nós não vamos deixar.
  10. Ensaie sua fala diante de um bom amigo... Para aprimorar a pontualidade, a clareza e o impacto.
O TED é isso: pura inovação filosófica, lógica e tecnológica, para alimentar a fome de conhecimento sem perder a ingenuidade.

Referências:

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O Futuro do Técnico em Contabilidade


Em 1932 criava-se a profissão de Guarda Livros, em seguida por volta de 1946 as associações, os sindicatos da classe e os conselhos federais e regionais para regulamentar a profissão. O Técnico em Contabilidade foi durante muitos anos uma profissão cuja responsabilidade requeria uma capacitação técnica acima da média, uma responsabilidade que consistia em deixar o controle dos bens patrimoniais das pessoas e empresas a cargo desse profissional. Foi quando a partir de 1970 foram disseminadas as faculdades de Ciências Contábeis aumentando substancialmente a quantidade de bacharéis em contabilidade.

Com o advento dos computadores eletrônicos chamados mainframes, as grandes empresas passaram a processar a contabilidade no computador, entrávamos na era do PED - Processamento Eletrônico de Dados a partir 1964. Por volta de 1980 chegaram os PCs – Personal Computers ou Computadores pessoais, que causaram uma revolução na contabilidade, onde cada empresa poderia ter seu próprio CPD - Centro de Processamento de Dados e continuou evoluindo até fazer da Internet, expandida em 1990, um grande integrador de dados, usado pelos órgãos governamentais para esse fim.

A partir dessa etapa o contabilista teve que passar por um processo de capacitação técnico-contábil e legal para também tecnológico. O CFC - Conselho Federal de Contabilidade, passou a partir de 2008 a ser normatizador da atividade contábil e com isso criou novas alterações na profissão, marcando a data (a partir de 2014) em que o técnico em contabilidade não mais será habilitado pelos conselhos regionais para exercer a sua profissão como vinha exercendo, contudo não extingue o profissional que continua a ser necessário para os negócios das empresas. O Técnico em Contabilidade continua sendo importante, apenas não será mais habilitado pelo CRC - Conselho Regional de Contabilidade, que a bem da verdade, de 100 técnicos formados nos cursos profissionalizantes, apenas cerca de 5 a 10 em média, exerciam a profissão como responsável técnico de um escritório de contabilidade ou tinha experiência para assumir a escrita de uma empresa, fazendo valer a premissa na qual a evolução da TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação passou exigir um profissional melhor capacitado e cada vez mais antenado com a tecnologia, leis e padrões internacionais, mas não podemos esquecer que cerca de 60 a 80 dos 100 que se formavam entravam no mercado como primeiro emprego com o auxilio das escolas técnicas. O curso técnico é e sempre será a porta de entrada da profissão contábil e o técnico o braço direito do contador, portanto imprescindível, ganha seu salário para ajudar a sua família e pagar a faculdade de Ciências Contábeis ou outra de sua escolha, isso o transforma em um cidadão de bem.

Não podemos nos enganar, achando que o fato de não mais habilitar o técnico em contabilidade vai torná-lo menos importante, acredito que diminua a especulação em torno do ensino profissionalizante e também será necessário uma maior capacitação dos profissionais, mais será tão ou mais necessário.

Esperamos que o mercado de trabalho continue clamando por esses profissionais Técnicos em Contabilidade e venha a sensibilizar a sociedade para que comova a classe empresarial, os conselhos e sindicatos da categoria para corrigir o descaso com relação a inserção desse profissional no mercado de trabalho, voltando atrás na errônea decisão de que não deve mais existir ou não é mais necessário.

O Técnico em Contabilidade é aquele que faz a contabilidade e fazer é o verbo que o Brasil precisa para crescer e se destacar no mundo dos negócios internos e externos. O Brasil precisa de Técnicos em Contabilidade, mesmo sem a habilitação do conselho nos moldes em que os confundem com Bacharéis em Ciências Contábeis.